Exemplo da Braspress, que emprega 217 mulheres em seus quadros de motoristas urbanos e de carretas, está cada vez mais comum entre as empresas de transporte rodoviário de cargas do País. Salários iguais e perícia ao volante são destaques deste universo inimaginável há 20 anos.
Aos 28 anos, Fernanda Parra está terminando sua segunda temporada como piloto da Stock Car V8 Light. Entre mecânicos, técnicos e pilotos, ela é uma das poucas mulheres que atuam profissionalmente no automobilismo, no qual já está há quatro anos. Além de passar grande parte de seu tempo em um ambiente predominantemente masculino - como as demais personagens desta reportagem - Fernanda convive com outro fator polêmico: a competição ente homens e mulheres.
"Tem piloto que fica preocupado em ficar atrás de mim na corrida porque, na hora que ele voltar pro box, alguém vai fazer algum comentário. Então alguns pilotos respeitam um pouco menos, tentam forçar uma ultrapassagem quando não dá. Mas não dá pra generalizar, são casos isolados. Quando eu corria no Paulista, tinha um preparador que enchia o saco do piloto por ficar atrás de mim", conta Fernanda.
Aos 36 anos, Luciana Sodré é taxista em São Paulo. A idéia de ingressar nesta profissão de maioria masculina "foi do desemprego", mas depois de dois anos na praça, o novo trabalho deixou de ser só um meio para pagar as contas e virou também uma opção. "Eu gosto muito do que faço, já é uma escolha minha. Não tenho intenção de mudar de trabalho. Todo dia vou a lugares diferentes, vejo pessoas novas, procuro um lugar novo para almoçar, tomar café. Já criei um vínculo", diz